
Segundo o Ministério das Cidades, os recursos federais só podem ser liberado com aprovação da Caixa Econômica e as obras executadas sem essa autorização estão sob conta e risco das empresas e da empresa estatal. Caso os trabalhos não se iniciem até o próximo dia 30, ficam mais três meses paralisados por conta da legislação eleitoral que proíbe repasse de recursos federais a Estado e municípios para obras ou programas novos.
Com a atitude da Embasa, em 24 cidades as obras do PAC saneamento podem se desenvolver paralelamente ao processo eleitoral. Na Bahia, a rigor, apenas o Democratas faz oposição aos governos Lula (federal) e Jaques Wagner (estadual). A parceria entre os dois entes federativos é forte trunfo nas campanhas eleitorais. Balanço nacional do PAC, principal programa do segundo mandato de Lula, foi apresentado na quarta-feira pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e mostrou que até aquela data apenas 18% do programa foi cumprido. A ministra considera o andamento normal, pois, alega, são obras cuja execução demanda três anos ou mais.
O presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho, ex-secretário nacional de saneamento, negou que haja atrasos no cronograma do PAC Saneamento Bahia. Segundo ele, a empresa teria até o dia 30 de junho para aprovar os projetos na Caixa Econômica. A aprovação do banco é condição necessária para que o Ministério das Cidades libere os recursos federais destinados às obras.
Oliveira admitiu, porém, que o "adiantamento" do início das obras se deve à legislação eleitoral. "O cronograma segue normal, mas antecipamos por conta da lei eleitoral", afirmou em entrevista concedida na última quarta-feira em seu gabinete. "De qualquer forma, mesmo que não iniciássemos as obras até o dia 30 poderíamos começar em outubro, já que os recursos são repassados para o Estado (a lei eleitoral proíbe repasses de recursos para municípios nos prazos de 90 dias antes e 90 dias depois das eleições)", completou