O menino de 12 anos que fugiu de casa em São José do Rio Preto, a 438 km de São Paulo, e chegou à capital paulista pedindo carona queria conhecer o goleiro do São Paulo Futebol Clube, Rogério Ceni.Segundo a avó do menino, Terezinha Fernandes de Oliveira, de 50 anos, ele é torcedor do time e sempre falava sobre sua vontade de conhecer o jogador. “Ele sempre falava isso, mas a gente não dava muita importância, não dava uma esperança falsa”, afirmou a aposentada.
O menino saiu de casa na última quinta-feira (30) de manhã. Como ele costuma brincar perto de casa e não fica muito tempo sem aparecer, a avó começou a se preocupar quando ele não voltou à noite.
No dia seguinte, já bastante assustada, começou a ligar para quem pudesse ter visto o garoto. “Liguei na casa da mãe dele, de outros parentes, perguntei para os coleguinhas. E ninguém sabia de nada. Quando deu 24 horas, fui fazer um boletim de ocorrência.”
Segundo Terezinha, seu neto sempre reclamou de não poder ter roupas de marca ou equipamentos eletrônicos, e disse que queria arranjar um emprego em São Paulo, para comprar o que ele não podia ter. “Ele queria comprar bicicleta, computador, roupa de marca. Falou que foi porque queria melhorar de vida”, contou.Reencontro
A primeira notícia do neto chegou no sábado (1º) de manhã, por volta das 9h, quando Terezinha recebeu um telefonema avisando que o menino estava em São Paulo. “Pensei na hora: ‘o que esse menino está fazendo lá?’ Aí o mundo desmoronou”.
A criança foi encontrada dormindo em uma estação de Metrô. Depois disso, foi encaminhado para uma delegacia e posteriormente a uma unidade do Conselho Tutelar. O destino final foi São José do Rio Preto, para onde retornou no mesmo dia.
“Ele nunca tinha fugido, nunca me deixou sem notícia. Sempre brincou aqui por perto. Nunca me deu trabalho nem preocupação como dessa vez”, contou a avó. Depois do susto, ela acredita que o neto aprendeu a lição. “Ele falou que sofreu, passou fome, frio, dormiu no chão. Disse que tinha uns meninos maiores olhando de lado para ele, que ficou com medo e chorou”.
Terezinha conta agora com o acompanhamento da equipe de psicólogos do Conselho Tutelar para que o neto não tente nenhuma aventura do tipo novamente. “Medo eu tenho, mas acho que ele não vai fazer isso mais não. A gente conversou bastante”.
