Um levantamento feito no sistema de consulta do Tribunal de Justiça (TJ) indicou que pelo menos 13 dos 26 policiais militares assassinados em Salvador, este ano, respondiam a algum processo por homicídio, furto, roubo ou agressão. De 2006 até setembro deste ano, oito em cada dez das 96 vítimas morreram fora de serviço, segundo a Polícia Militar do Estado da Bahia. Isso significa que, nesse período, 85 sargentos e soldados vítimas de homicídios não estavam fardados quando foram mortos, a maioria a tiros. Os dados acima trazem indícios de crimes com motivações pessoais e não de ataque deliberado à corporação policial. É o caso do soldado Erivã da Silva, executado no dia 3 de julho deste ano. De acordo com registros do Tribunal de Justiça, ele era réu em ação de homicídio, junto com Teomiro Ferreira Santos, processo que corre na 1ª Vara do Júri, desde 1999, tendo como vítima Sérgio Santos Palma. O soldado Erivã chegou a ser preso acusado do crime e respondia a outro assassinato na 2ª Vara do Júri, do Fórum Ruy Barbosa. O militar não era o único policial militar assassinado enquanto respondia a processo criminal. O soldado Evandro Sílvio Filho, lotado na 9ª Companhia Independente CIPM (São Cristóvão), assassinado no dia 22 de fevereiro deste ano, também respondia por homicídio, além de um inquérito por roubo. Na ação de homicídio, também consta como réu Durval Vilas Boas Barbosa. Este processo está sendo julgado pela 1ª Vara do Júri e teve inquérito instaurado pela 5ª CP (Delegacia de Periperi). Em 2004, Evandro também foi processado e teve prisão temporária solicitada pelo Ministério Público, acusado de um roubo. A denúncia corre na 8ª Vara Crime, e ele chegou a ser preso pelo delito, mas foi solto no ano seguinte. Outros 13 dos 26 PMs mortos respondiam a processos em Salvador e região metropolitana.