A guerra do tráfico deixou três pessoas mortas a tiros no final da manhã de ontem, na localidade de Prainha do Lobato, subúrbio da capital, e gerou um duplo homicídio no bairro de Brotas, no Alto do Saldanha. No caso do Lobato, o serralheiro Paulo César Andrade de Jesus, de 25 anos, morreu por dar carona em seu veículo Chevette, placa JLY-2287, a dois irmãos que também foram fuzilados. Para a polícia, Elisândro Néri dos Santos, 29 anos, e seu irmão Tiago, de 21 anos, eram traficantes da área da San Martin e teriam ido ao Lobato acertar contas com outros traficantes rivais. Na Rua Divisa Alegre, o bando rival, que estava a pé, começou a disparar vários tiros em direção ao carro, que subiu em um passeio e quase bateu em um poste. Paulo César e Tiago morreram na hora, enquanto que Elisândro foi socorrido e levado ao Hospital João Batista Caribé, mas não resistiu. Minutos depois, a polícia prendeu Lazenildo Cardoso da Silva, que tinha furtado uma arma calibre 38, que estava em poder de Tiago, morto dentro do veículo. Para os agentes de polícia da 3ª Delegacia (Bonfim), responsáveis pelas investigações da chacina, o crime está ligado à disputa pelas "bocas-de-fumo". O serralheiro Antônio Cosme de Souza, pai de criação de Paulo César, defendeu seu filho dizendo que ele estava no trabalho no bairro do Lobato, quando os dois irmãos, Elisândro e Tiago, pediram uma carona. Conforme Antônio, Paulo era evangélico, casado e não cultivava vícios nem era envolvido com criminalidade, mas conhecia os dois rapazes mortos, que residiam na mesma rua. Os agentes que investigam o crime reconheceram que Paulo foi usado para transportar os dois irmãos. 
