

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira 14 pessoas suspeitas de formar uma quadrilha especializada na produção e na distribuição de dinheiro falso. Dos detidos, nove foram com mandados de prisão e cinco em flagrante. Os nomes não foram divulgados. Por mês a quadrilha, sediada em São Paulo, movimentava aproximadamente R$ 250 mil em cédulas falsas, segundo a PF. Na operação, intitulada Galo Capote, foram apreendidos computadores, impressoras, escaneres e material para a produção das cédulas --principalmente papel--, R$ 40 mil em notas falsificadas em Manaus (AM) e 400 folhas com cédulas impressas em São Paulo. Cerca de 70 mandados de busca e apreensão foram emitidos para os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas e Rio Grande do Norte. Segundo o delegado Diógenes Perez de Souza, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, a organização atuava há pelo menos três anos. "Há indícios de que eles produziram R$ 12 milhões em cédulas falsas." De acordo com o delegado, o esquema consistia na troca de cinco notas falsas por uma verdadeira. Uma nota de R$ 50 legítima, por exemplo, era trocada por cinco falsas de R$ 50. O bando era comandado por dois líderes. "Eles decidiam o que era fabricado, a quantidade, o prazo e forneciam a matéria-prima e também dividiam o lucro em toda a cadeia [de produção]", disse Souza. Três grandes produtores confeccionavam as notas e repassavam a esses líderes. As gráficas onde as notas eram produzidas se localizavam no centro de São Paulo, Guarulhos e Poá (Grande São Paulo). "Os líderes, então, passavam o dinheiro a nove grandes distribuidores." Essas notas, então, eram repassadas a pequenos distribuidores, como cambistas, guardadores de carro e até funcionários de bingos, que faziam essas notas circularem. Isso dificultava a localização dos falsários. "Ninguém vai procurar a polícia para reclamar que recebeu a nota de um bingo ou de um cambista", disse o delegado. As notas não eram distribuídas todas de uma vez, pois podiam levantar suspeitas. As notas falsas eram dadas junto de verdadeiras. Um cambista, por exemplo, poderia dar como troco a um torcedor que comprou um ingresso duas cédulas falsas em meio a oito legítimas. Souza acrescentou que os pequenos distribuidores sabiam que estavam trabalhando com moeda falsa. "Gaiato era apenas quem recebia o dinheiro dessas pessoas", afirmou. As cédulas eram muito bem feitas, com pontos de segurança como a marca d'água e a fita de segurança. "A quadrilha era composta por pessoas altamente especializadas em informática e em gráficas", disse o delegado José Alberto Iegas, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF e que também participou da operação. Recomendação A PF recomenda às pessoas que receberem notas falsas que comuniquem a polícia. "Se a pessoa repassar a nota, sabendo que ela é falsa, estará cometendo um crime", disse o delegado Souza