Após 23 dias em greve, os servidores do judiciário na Bahia decidiram suspender a paralisação na manhã desta terça-feira, 08, em assembléia realizada no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Os servidores resolveram acabar com a greve por conta do prazo de 48 horas estipulado pela Justiça para que os trabalhadores voltassem aos seus postos de trabalho sob pena de ter o ponto cortado.Para a decisão dos servidores, pesou também o fato de que a Assembléia Legislativa está em recesso até o dia 3 de agosto. Até lá, fica suspensa a votação da proposta do Plano de Cargos e Salários (PCS) do judiciário, reivindicação que motivou a greve. Dessa forma, os dirigentes do sindicato da categoria argumentaram na reunião que não fazia sentido dar continuidade à paralisação com a Assembléia parada.Os servidores ressaltam, no entanto que, apesar da volta ao trabalho nesta quarta-feira, a categoria manterá a mobilização e se reunirá mais uma vez para discutir a implantação do PCS no dia 5 de agosto, um dia após o retorno das atividades na Assembléia. Os deputados sinalizaram que votarão o projeto na primeira semana do próximo mês. Na assembléia desta manhã, os dirigentes dos sindicatos da classe - Sinpojud e Sintaj - argumentaram que suspender a greve neste momento foi a melhor forma de conseguir benefícios futuramente. "Uma postura de coragem é recuar agora para avançarmos depois", defendeu Augusto Conceição, que faz parte do Sintaj, ao destacar que os trabalhadores não podem perder de vista o compromisso com a sociedade, prejudicada pela interrupção dos serviços.Com o movimento grevista, os funcionários mantiveram apenas 30% das atividades do judiciário em funcionamento. Estavam disponíveis somente a emissão de guia de sepultamento, habeas corpus e liminares da área de saúde. Os casamentos pré-agendados foram realizados até o último dias 26, mas não estavam sendo feitas marcações para novos registros de casamento, segundo informações do Sinpojud.