terça-feira, 24 de junho de 2008

Presos utilizam pombos para receber drogas e celulares



A segurança de uma penitenciária do interior de São Paulo descobriu uma nova modalidade de crime praticada de dentro das celas: drogas e celulares entravam na prisão voando.
Os pombos fazem parte da paisagem na Penitenciária de Marília, a 444 km de São Paulo. Eles moram no telhado, perto da janela das celas. E chamaram a atenção dos vigias: alguns tinham dificuldade para voar. Desconfiados, os agentes deram o alerta.

Os diretores do presídio queriam saber se os pombos poderiam oferecer algum perigo. E iniciaram uma investigação. Na revista dos parentes que vão visitar os presos tiveram uma surpresa. Uma mulher tentou sair da penitenciária com dois pombos escondidos em uma caixa. As aves carregavam sacos amarrados nas penas que serviriam para transportar drogas e peças de celular. “A gente normalmente tem um equipamento todo moderno de última geração para os procedimentos de revista, que é para evitar entrada de celular e hoje ficou muito mais difícil. Porém, eles encontraram uma outra forma de tentar entrar com alguma coisa”, disse Luciano Gamateli, diretor da penitenciária. Desde o começo do ano, os agentes penitenciários vinham registrando um aumento nas apreensões de drogas e celulares nas revistas das celas. Mas não sabiam como eles entravam no presídio. Desta vez, a visitante foi encaminhada à delegacia. "A gente aqui em plena era digital encontra uma situação de pombo correio fazendo contato com o público externo e o público interno da penitenciária”, declarou o delegado Paulo de Souza. Criador de pombo-correio, Wanderley Gatti confirma que as aves poderiam ser usadas pelos presos. “Esses pombos têm ninho lá dentro. Alguém está criando esses pombos lá dentro. Eles estão domesticados”, disse.